Medicamentos potencialmente perigosos é tema de entrevista no dia mundial do farmacêutico

Florianópolis (SC) – No dia 25 de setembro, comemora-se o Dia Internacional do Farmacêutico. A data foi instituída pelo Conselho da Federação Internacional Farmacêutica (FIP), em 2010, com objetivo de integrar a categoria em todo o mundo.

O farmacêutico é o profissional que, após cinco anos de estudos nas áreas de biologia, física e química, pode atuar em fábricas de medicamentos e cosméticos, laboratórios de análises clínicas, hospitais e, claro, em farmácias e drogarias. O profissional formado em farmácia pode exercer o seu potencial criativo e analítico no desenvolvimento de pesquisas.

Em alusão a data, a Seção de Comunicação Social, do Hospital de Guarnição de Florianópolis (HGuFl), realizou uma entrevista abordando como tema “O uso seguro de medicamentos potencialmente perigosos”, com a Major Farmacêutica Norma Cláudia de Macedo Souza Santos, Chefe da Farmácia Hospitalar do HGuFl.

Com Soc - O que é um medicamento potencialmente perigoso?

Maj Cláudia Macedo - Os medicamentos potencialmente perigosos (MPP), também chamados de medicamentos de alta vigilância, são aqueles que apresentam grande risco de provocar danos significativos aos pacientes em decorrência de falhas no processo de sua utilização.

Com Soc - Quais as consequências dos erros associados a esses medicamentos?

Maj Cláudia Macedo - Os erros associados a esses medicamentos podem não ocorrer em maior frequência, contudo, suas consequências tendem a ser mais graves, podendo ocasionar danos permanentes ou a morte.

Com Soc - Quais são as estratégias para minimizar erro com medicamentos de alta vigilância?

Maj Cláudia Macedo - A farmácia hospitalar utiliza algumas estratégias para minimizar os erros, como a padronização do menor número possível de variações de concentração; o armazenamento dos medicamentos em local apropriado, principalmente, os com “sound a like” e “look a like”, que possuem som ou grafia semelhantes, que devem ser armazenados em locais distantes; a prescrição dos medicamentos dirigidos através de protocolos; a identificação dos medicamentos por etiquetas e rótulos auxiliares; o sistema de dupla checagem, que consiste na conferência e no registro dos dados do paciente e do medicamento por dois profissionais, de modo independente e simultâneo; a dispensação e o preparo seguro; além da limitação do acesso a esses medicamentos.

Com Soc - Como são organizados os medicamentos potencialmente perigosos?

Maj Cláudia Macedo - Os medicamentos potencialmente perigosos são organizados na lista como “classe terapêutica”, quando todos os medicamentos da classe são considerados potencialmente perigosos; ou como “medicamentos específicos”, quando apenas um ou alguns medicamentos da classe terapêutica apresentam riscos de provocar danos significativos ao paciente na ocorrência de um erro de medicação.

Com Soc - Sabe-se que na hora da administração dos medicamentos, algumas medidas são tomadas para evitar erros. Quais são essas medidas?

Maj Cláudia Macedo - Os profissionais de saúde utilizam os 13 certos da medicação – prescrição certa, orientação certa, registro certo, ação certa, tempo de administração certo, validade certa, compatibilidade certa, forma certa, via de administração certa, dose certa, horário certo, medicamento certo e paciente certo. Assim, garantindo uma administração segura dos medicamentos.

Com Soc – Como o HGuFl está inserido no uso seguro de medicamentos potencialmente perigosos mitigando as possíveis falhas que possam ocorrer no dia a dia dos profissionais de saúde e dos pacientes?

Maj Cláudia Macedo - Foi criado o protocolo de segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamento, que está sendo utilizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), além do trabalho de identificação do medicamento, a nível da farmácia hospitalar, para quando for dispensado para o Pronto Atendimento Médico (PAM), Unidade de Internação (UI) e Centro Cirúrgico (CC) não ocorra falhas. Outra ação foi a disponibilização da lista de medicamentos de alta vigilância na intranet para o acesso de domínio público.